Linda Joana:
Bem sei que, nos dias em que fazemos anos, toda a gente nos diz o mesmo:
«Parabéns», «Tu mereces tudo», «És especial», «Felicidades», etc, etc... Ao
fim de algum tempo, estas palavras passam a ser exactamente isso: palavras,
palavras, palavras. E as nossas respostas passam a ser inevitavelmente as
mesmas: «Obrigada, obrigada, obrigada». Por isso, querida amiga, eu, que
também te desejo tudo o que repetimos na vida até à exaustão às pessoas de
quem gostamos, achei que devia acrescentar, no dia dos teus 30 anos, três
pequenas notas. São três pequenos episódios aos quais tu não vais ter que
responder «obrigada» porque, na verdade, e apesar de terem sido "provocados"
por ti, revelaram-me talvez mais sobre mim... Vou seguir a ordem cronológica
dos acontecimentos.
1. Acho que corria o mês de Abril de 2001 e nós estávamos em Varadero, Cuba,
na viagem de finalistas. Eu tenho um medo terrível de estar dentro de águas
salgadas mornas. O motivo, dizem-me, é estranho: tenho fobia de tubarões.
Até nas águas gélidas de São Pedro de Moel acredito que um dia hei-de
avistar a maldita barbatana. E lá estávamos nós, num "barquito de papel" em
pleno mar de Varadero, a caminho do lugar especial onde íamos nadar com
peixes coloridos. A minha fobia começou a tomar conta de mim exactamente ao
mesmo tempo que um febrão começou a apoderar-se de ti. Mas tu insististe e
disseste-me: «Vamos mergulhar, anda, dás-me a mão e não acontece nada.»
Muita gente já tinha tentado isto comigo e muita gente continua a tentar.
Foste a única a conseguir levar-me para um mar em que eu tinha a certeza que
ia ser devorada pelo mais temido predador do oceano. Nessa noite, tu ficaste
com 40 de febre e eu com a sensação de ter vencido um tubarão branco.
2. Passado um mês, talvez, tivemos o nosso baile de finalistas. Estávamos as
duas solteiras e, por coincidência, de vestidos avermelhados. Resolvemos ser
o par uma da outra. Fomos o par mais giro (entre outras coisas) do baile.
3. Muitos anos se passaram e, graças às maravilhas da tecnologia, todas as
manhãs o messenger põe ao meu lado os amigos com quem não posso estar
sempre. É como se regressasse à FDL, mas sem a parte má: está lá o casal
Taborda, o Vasco, a Bri, tu, enfim, uma quantidade de gente boa. Numa manhã
recente, recebi, via messenger, uma mensagem que me prometia amizade eterna
ou lá o que era. Eras tu quem ma enviava. E eu, que desconfio de tudo o que
é vírus, que apago tudo, que nunca abro mails estranhos; eu, que topo a
milhões de GB de distância um vírus informático, abri o link que tu me
enviavas - assim mesmo, sem desconfiar, sem pestanejar, toda contente, a
pensar «óptimo, vou adiar mais uns minutos o início da labuta diária com as
mensagens da Joana». O vírus destruiu o que tinha que destruir e eu estive
até às 3 da manhã desse dia e do outro a resolver o problema. Mas consegui
livrar-me dele e recuperar a minha normalidade informática.
Ora, minha amiga, estes três pequenos acontecimentos que cruzam as nossas
vidas demonstram como tu conseguiste aquilo que mais ninguém conseguiu de
mim: enfiar-me no habitat do bicho que eu mais temo; ter um "date" com uma
miúda; não negar à partida um vírus informático que eu, em qualquer outra
circunstância, teria reconhecido. E assim se torna impossível não dizer que
és, de facto, uma pessoa especial. Só espero é que estas minhas palavras te
soem a mais do que palavras.
Muitos beijos, muitos parabéns, e uma vida loooonnnnggggaaaa,
Inês FS.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
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