sexta-feira, 7 de setembro de 2007

só nos arranjam trinta e uns, agora escrever um texto para a Joana... ah, já está a escrever. Ops. Bom, Joaninha, antes de mais estamos dois de nós a escrever. Não é muito prático, mas é fazível. Demora é mais tempo. Estamos dois a escrever porque somos casados. E somos casados apesar de o elemento masculino do casal, o João, ter dormido contigo à frente do elemento feminino do casal, a Patrícia. Por esta altura, a tua família e os teus amigos estão a confirmar se estão no blog certo. Estão. Explico: o João dormiu repetidamente contigo na cara de toda a gente e sempre, sempre, nas aulas de Economia Política, às nove da manhã, na quinta ou sexta fila do anfiteatro 1 da FDL. Desde então, fizeste sempre parte da nossa vida. Eu sei, é chato, nós também queríamos outra vida mas assim em cima da hora foi o que se arranjou, mas o que é que queres?, és daquelas amigas que aparecem uma vez na vida por isso recusamos que te separes de nós. É por isso que te obrigamos a jogar vólei connosco na praia, a ir para Tróia, a almoçar connosco regularmente, a fazer "Junhos ao Sol, na Beira e Solteiros", a fazer inhas e oscas, a tirares lascas da mão do João (era enorme!; devia ser, devia, mariquinhas; era era, larga o teclado) em Montesinho, a arranjar lugar para o carro durante uma hora nas avenidas novas para irmos ver um filme que tinha ficado... no clube de vídeo, a andares de carocha a caminho de Cascais tantas e tantas vezes, a rir tanto que cuspiste o ice tea com tanta força para dentro do copo que ricocheteou e acertou-te nos olhos que tiveste que lavar no lava-loiças da casinha da Praia das Maçãs porque ardiam imenso (os olhos, não as maçãs), a passares não sei quantos fins de ano connosco e finalmente a fazeres uma paragem cardíaca e logo a seguir saltares quando te dissemos que íamos casar. Ok, escrito assim até parece que foi giro, mas não foi. Por isso desculpa, mas ninguém te manda seres impecável.

Entretanto, parece que temos que te dar os parabéns. Parabéns. Mas não penses que com isto nos ficamos. Não! Com isto marcamos apenas o começo de mais três décadas. Que dizemos nós?! Seis décadas! Sim, porque daqui a sessenta anos (que toda a gente sabe que são sensivelmente seis décadas) queremos estar aqui a escrever qualquer coisa como "foi com a Joana que metemos os papéis da reforma" ou "as três vezes que visitámos Marte foi sempre na nave espacial da Joana" ou ainda "lembras-te quando o João meteu uma lasca do tamanho do neto mais velho na mão e a Joana teve que amputá-lo e felizmente que hoje em dia já há hipermercados de mãos em qualquer esquina".

Assim, mais do que parabenizar-te, queremos fazer votos de que mantenhas essa amizade, esse amor, essa alegria, esse tamanho de roupa, esse sorriso, essa cara de menina traquinas e – mais do que tudo - esse número de telemóvel, para que possamos continuar a contar contigo nas nossas vidas.

Milhões de beijinhos (daqueles brutamontes e desajeitados) e adoramos-te,
Pat e Johnny

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